Pablo Marçal tumultuou eleição de 2024 e agora está inelegível por 8 anos
le quase chegou ao segundo turno das eleições municipais em 2024, mas agora, uma decisão da Justiça eleitoral de São Paulo tornou o influenciador Pablo Marçal inelegível por oito anos.
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A decisão o condena por abuso de poder político, econômico, uso indevido de meios de comunicação e captação ilícita de recursos.
Mas, antes de te contar porque a Justiça condenou o ex-candidato, precisamos voltar no tempo: no CH na Eleição você acompanhou como foi a disputa de 2024. Ela foi a corrida eleitoral mais acirrada desde a redemocratização. Isso porque, no primeiro turno, Boulos, Marçal e Nunes apareceram em empate triplo, gerando dúvidas sobre quem passará para a segunda rodada da disputa. Lembra dos debates, inclusive, do episódio da cadeirada? Se não, a gente já falou mais sobre isso neste vídeo.
Marçal foi um personagem que tumultuou a eleição na maior cidade do país. Ao se colocar como "outsider" da política, ele virou debates eleitorais de ponta cabeça para capturar a atenção do eleitorado, desviou a apresentação de propostas e fortaleceu o discurso de que poderia ser uma "terceira opção" longe dos candidatos de esquerda e direita, mesmo com proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a eleição, ele chegou até a divulgar um laudo falso em seus canais não oficiais nas redes sociais para atacar Guilherme Boulos. No documento falso, era mostrado que o candidato do PSOL havia feito uso de cocaína. E o crescimento surpreendente do empresário durante o pleito eleitoral fez com que as estratégias de ambas as campanhas mudassem.
Bem, voltando à decisão da Justiça. Segundo decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, houve clara participação do influenciador nas ações ilegais de sua candidatura. “Não há dúvidas de sua decisiva atuação em razão do engajamento direto e pessoal por condutas ilícitas praticadas em benefício de sua candidatura”, afirma na decisão.
O juiz considerou que o ex-candidato emprestava apoio público em redes sociais em troca de dinheiro, prometendo enviar vídeos de apoio a candidatos que efetuassem pagamentos na conta de sua campanha eleitoral.
“Ficou demonstrado que o réu Pablo Marçal ofereceu apoio político por meio de vídeo para impulsionar campanha eleitoral de candidatos a vereador (que não estivessem em partidos de esquerda) em troca de doação do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para sua campanha eleitoral. Referido fato ficou incontroverso considerando-se que não foi refutado pelos réus além de ter confirmado o recebimento de doações decorrentes do referido vídeo, bem como violou as normas que regem as eleições brasileiras, pois sua conduta configura fraude à lei que caracteriza abuso de poder”, diz o texto da decisão.
A ação de investigação foi ajuizada por Guilherme Boulos, ex-candidato ao cargo de prefeito do município de São Paulo pela Coligação Amor por São Paulo.
Em nota à imprensa, Pablo Marçal disse que está em paz e não fez vídeos em troca de apoio financeiro, negando as acusações. “Gravei milhares de vídeos de apoio político para candidatos a prefeito e vereadores em todo o país e estou em paz por não ter feito nenhum vídeo em troca de apoio financeiro, conforme demonstrado na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral. Continuo acreditando na Justiça e tenho certeza de que tudo será esclarecido durante o processo de recurso”, acrescentou.
Ele ainda pode entrar com recurso, viu? Ou seja, pode questionar a decisão da Justiça e reverter esse quadro.
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