Lula diz que caixa de ovo a R$ 40 é "absurdo", mas que preços "vão baixar"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu como “absurdo” o preço da caixa de ovo a R$ 40 nos mercados brasileiros.
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Na semana passada, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já havia alertado que o preço do produto teria um reajuste significativo. A declaração de Lula foi feita nesta quinta-feira (20), durante entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro. Na ocasião, o presidente voltou a prometer uma reunião com empresários para discutir o preço de produtos alimentícios exportados para o mercado interno brasileiro. Com isso, ele disse acreditar que os preços de alimentos “vão baixar”. "Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que a caixa com 30 ovos estava R$ 40… É um absurdo. É um absurdo mesmo. Vamos ter que fazer reunião com atacadistas para discutir como é que a gente pode trazer isso para baixo. O fato de estar vendendo produto em dólar que está alto, não significa que você tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo preço que você exporta", disse Lula. Na entrevista, o presidente disse que o governo vai trabalhar para que os preços dos alimentos voltem “aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”. No início do mês, Lula sugeriu que a população evite comprar produtos que estejam muito caros, como forma de pressionar a redução dos preços e ajudar a controlar a inflação. A fala do petista foi amplamente criticada. "Queremos discutir com empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro”, afirmou. “Essa é uma discussão. Da mesma forma o óleo de soja, da mesma forma a carne. A carne começou a cair. Vai cair, pode ficar certo de que vai cair e o povo vai voltar a comer sua picanha, sua costela ou outro pedaço de carne que ele deseja. Quando se tem momentos como esse que estamos vivendo, não dá para controlar do dia para a noite. Mas pode ter certeza de que nós vamos trazer o preço para baixo”, prosseguiu Lula. Alta no preço dos alimentos Enquanto a inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 4,83% no ano passado – já acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional de 3% –, a inflação dos alimentos alcançou 7,69%. Esse aumento expressivo nos preços da comida tem gerado um sentimento generalizado de que as compras no mercado estão mais caras, refletindo na percepção negativa da população sobre a situação econômica do país. A situação tem atingido a popularidade do presidente. A aprovação de Lula atingiu o pior índice nos três mandatos, registrando apenas 24%, segundo pesquisa Datafolha divulgada na última semana. Essa queda se deve, principalmente, à inflação dos alimentos, que tem impactado diretamente o bolso dos brasileiros. *Sob supervisão de Mayara Paz
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