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Brasília,24/04/2025

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Novo papa deverá conciliar demandas progressistas e conservadoras na Igreja renovada por Francisco

Fonte: Estadão
Novo papa deverá conciliar demandas progressistas e conservadoras na Igreja renovada por Francisco Papa Francisco na Audiência Geral. Foto: Divulgação/Vaticano - 12/02/2025
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Diário de Brasília - Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, foi, inegavelmente, um renovador. Mais do que fazer reformas ou suscitar polêmicas, representou uma brisa de ar fresco a renovar o espírito e a vida da Igreja Católica. Porém, se os reformadores são frequentemente incompreendidos, mais ainda os renovadores!

Uns preferiam uma leitura rasa, que reforçava estereótipos e lugares comuns, para não responder aos questionamentos que o modo de ser e de agir de Francisco lhes lançava, ao propor uma comunidade eclesial sempre mais compassiva, acolhedora e comprometida com a justiça. Outros se contentavam em dizer que “Francisco pensava como eles”, recusando-se a perceber que ele representava algo muito maior do que uma vitória extemporânea da Teologia da Libertação latino-americana ou do progressismo europeu.

O fato é que a renovação iniciada por Francisco permanece uma grande tarefa incompleta. Algo natural numa instituição milenar. Será ainda necessário muito tempo para que o caminho trilhado por Francisco se consolide. Tal consolidação será a principal tarefa de seu sucessor. Mas em que ela implica?

Ouvindo as demandas ditas progressistas, tornar a Igreja cada vez mais acolhedora, que proclame o perdão e defenda os mais frágeis. Por outro lado, o crescimento no mundo todo de movimentos conservadores, sejam político-culturais ou religiosos, mostra que também se deve atender a um anseio por ortodoxia doutrinal e fortalecimento da espiritualidade tradicional.

Francisco iniciou uma renovação do papado mostrando um novo perfil humano de papa, antes de se preocupar com as mudanças institucionais. O mesmo é valido para toda a Igreja: a renovação caminha primeiro no coração dos fiéis, para que estes, renovados, mudem a instituição.

Conciliar essas demandas diferentes, estimular a renovação no coração dos católicos: estas serão as grandes tarefas que o sucessor de Francisco herdará.

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