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Brasília,24/04/2025

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Alcolumbre cobra fatura alta para garantir apoio ao governo Lula

Fonte: Brasil 247
Alcolumbre cobra fatura alta para garantir apoio ao governo Lula Alcolumbre cobra fatura alta para garantir apoio ao governo Lula
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), vem se consolidando como um dos principais articuladores políticos do governo no Congresso — mas não sem impor um preço elevado. Reportagem do jornal Estado de S. Paulo revela que o senador tem condicionado sua fidelidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ocupação de cargos-chave no governo federal, ampliando seu poder sobre estatais e agências reguladoras.

Em um momento delicado, com a tramitação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro ganhando força na Câmara, Alcolumbre tem sinalizado que poderá barrar a proposta no Senado. Em troca, cobra nomeações no Banco do Brasil, nos Correios, em agências reguladoras e exige a saída do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), de quem se tornou desafeto.

Conflito com Silveira e disputa por agências reguladoras

A relação entre Alcolumbre e Silveira se deteriorou desde meados de 2023. O senador alega que, ao disputar novamente a presidência do Senado, comprometeu-se com colegas — como Eduardo Braga (MDB-AM) e Otto Alencar (PSD-BA) — a garantir a eles indicações em agências reguladoras como a Aneel, ANP e ANM. Silveira, no entanto, tem resistido a essas movimentações, dificultando o cumprimento dos acordos firmados por Alcolumbre.

A tensão se agravou porque Silveira, inicialmente indicado ao cargo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, acabou se aproximando de Lula e da primeira-dama, Rosângela da Silva, e hoje é visto como parte do núcleo pessoal do presidente. A permanência de Silveira é, portanto, um dos principais obstáculos à expansão da influência política de Alcolumbre sobre áreas estratégicas do governo.

Influência na Esplanada e disputa por ministério

Mesmo antes de retomar oficialmente a presidência do Senado em fevereiro deste ano, Alcolumbre já exercia forte influência sobre a Esplanada. Foi responsável pela indicação de dois ministros: Waldez Góes, na Integração Nacional, e Juscelino Filho, nas Comunicações — este último exonerado após denúncias de corrupção com emendas parlamentares apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.

Com a queda de Juscelino, Alcolumbre tenta manter o controle sobre o Ministério das Comunicações, articulando a indicação do deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA) como sucessor. A movimentação tem o objetivo de impedir que outras forças da base governista avancem sobre a pasta.

Anistia em jogo e receio de acordos de bastidor

No momento em que a proposta de anistia a condenados e investigados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro avança na Câmara, com apoio do PL e da extrema direita, a expectativa do governo é que Alcolumbre utilize seu poder para barrar a medida no Senado.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), voz ativa da oposição, teme que a decisão sobre a tramitação da proposta seja tomada a portas fechadas: “Pode ser que ele (Alcolumbre) trave” a votação, admitiu. “Minha preocupação é com acordões que foram feitos, não apenas esse com o Lula. O mínimo que se espera é neutralidade e imparcialidade. Que ele coloque o projeto em pauta”, afirmou Girão.

Enquanto isso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou um requerimento de urgência para a tramitação da anistia, reunindo 262 assinaturas — acima das 257 necessárias. A decisão final sobre o avanço da pauta deve ser tomada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após ouvir os líderes partidários.

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